terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Estudo diz que Brasil tem péssimo retorno de impostos!

Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IPBT), usando os 30 países com maior carga tributária do mundo, constatou que o Brasil é o que dá menos retorno para a população na proporção dos impostos pagos. O cálculo levou em conta, além da arrecadação de impostos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), resultado da qualidade dos serviços públicos prestados à população. O Brasil, como já era de se esperar, ficou em 30º lugar, bem atrás de países como Argentina e Uruguai e muito mais atrás dos EUA e Japão. O argumento dos economistas para este resultado vergonhoso costuma ser o "mal planejamento" no uso do dinheiro público, mas sabemos que é muito mais que isso. Brasileiro trabalha quase metade do ano para pagar a conta dos desvios de verba, obras e serviços superfaturados, enquanto recebe um serviço LIXO de Terceiro Mundo.

O estudo pioneiro apontou que a carga tributária corresponde a 35,13% do PIB brasileiro, ou seja, toda a riqueza que o país produz. Esta carga tributária corresponde ao que a população paga de impostos aos governos municipais, estaduais e federal. Só para termos uma idéia do que isto representa, o PIB do Brasil atualmente é de 3,674 trilhões de dólares, portanto nossa carga tributária de é de mais de 1,3 trilhões de dólares. Existem países com uma carga tributária proporcionalmente maior, como a Itália e a França, onde os impostos consomem 43% do PIB. No entanto, o IPBT também considerou o IDH destes países, criando assim o IRBES, ou Índice de Bem-Estar da Sociedade que calcula o retorno dos impostos arrecadados para a população, onde o Brasil levou uma surra de todos os demais 29 países da pesquisa, muitos deles com uma economia em crise. Veja a tabela comparativa abaixo:





Apesar do Brasil estar entre as 10 maiores economias do mundo, tem um IDH típico de país pobre. Países com IDH elevado e serviços públicos de ótima qualidade, como a Noruega e Dinamarca, também estão na lista devido à alta carga tributária, bem acima de 40%. Isso quer dizer que brasileiro paga impostos próximos de países de Primeiro Mundo mas recebe serviços de Terceiro Mundo, pois eles resultam num IDH baixo, segundo o IPBT. Pessoas morrendo todos os dias em filas de hospitais públicos por falta de aparelhagem e médicos, milhões de analfabetos, professores desmotivados, escolas caindo aos pedaços e policiais despreparados e insatisfeitos no Brasil não me deixam mentir. Só neste ano já tivemos um aumento de 10% na arrecadação de impostos, pagando só em Janeiro, mais de R$ 100 bilhões que vão sabe-se lá para onde, pois não vimos uma melhoria substancial nos serviços. Apenas profissionais entrando em greve e muitas vezes agindo com violência e completo egoísmo, pelo desespero causado pelas dívidas e as más condições de trabalho.


Enquanto isso, os impostos aumentam de forma estratosférica no Brasil, sem levar em conta as necessidades reais e capacidade da população de poder bancá-los, o que reflete uma economia estúpida, corrupta e exploratória. A mídia clichê martela na televisão que o nosso país vai bem, com obras gigantescas sendo construídas para a Copa do Mundo, transposição do rio São Francisco e outras, mas o quadro real é de uma crise generalizada, onde os empregos são mantidos numa corda bamba, que pode arrebentar a qualquer momento, pois a insatisfação no setor público, com raras exceções, é generalizada e os salários não crescem na mesma proporção da inflação. Quando isto acontecer, entraremos numa crise similar à da Europa e dos EUA, onde o desemprego chegou às alturas, nos afundando todos juntos no endividamento e no caos social gerado por um sistema monetário em deficit permanente, constante e planejado.


Só que, como a linguagem da nossa economia - e não é apenas a nossa - não está atrelada à realidade e a mídia é cínica e vendida aos mantenedores do sistema (tanto que minimiza os protestos que acontecem ao redor do mundo, inclusive aqui), o Brasil "está bem", apesar de pagar impostos muito acima do necessário. Por exemplo, a Austrália consegue manter um IDH elevado com apenas 25,9% de carga tributária, tendo incríveis 164,18 pontos de retorno à população (IRBES) e estando no topo da lista. Por isso que, segundo o presidente do Instituto que realizou a pesquisa, “apesar de o Brasil ter uma carga tributária altíssima, a população não
recebe retornos em níveis satisfatórios e, por isso, está na última
colocação do ranking”.


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